Após a reunião ocorrida nos últimos dois dias (07 e 08), o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) apresentou a nova Taxa de Juros Selic que irá balizar nossa economia pelos próximos 45 dias (data em que ocorre a próxima reunião). A decisão do comitê elevou a Selic para o patamar de 9,25%, fato esse que não ocorria desde o 3º trimestre de 2017 no Brasil.

O aumento de 1,5 p.p. já era esperado pelo mercado e indica um novo ciclo econômico para o país. As sinalizações do Boletim Focus – relatório que é divulgado toda segunda-feira e que conta com a média das projeções feitas pelas principais Instituições Financeiras – já apontavam para a Selic divulgada hoje. 

O ciclo que é apontado com a decisão, é uma preocupação com a recessão da economia. Isso porque com uma taxa de juros nos novos patamares, a tendência é que se diminua a disponibilidade de moeda e que o custo para empréstimos no mercado fique mais elevado. 

Outro impacto é desestimular a produção e o consumo, afetando diretamente a recuperação da economia no curto prazo. 

Uma das grandes causas do aumento da Selic é a Inflação. O problema inflacionário vem se distanciando do teto previsto pelos Bancos Centrais mundiais, demonstrando uma preocupação dos governos das principais economias em conter a inflação gerada pelos estímulos econômicos realizados nos períodos críticos da pandemia.

Apesar das medidas adotadas pelo Copom, ainda há muito para fazer em áreas que não são de alçada do comitê. Isso porque o Risco Fiscal - que basicamente é como o Governo consegue manter seus gastos dentro do orçamento previsto sem fazer nenhuma “pedalada” – é pauta recorrente e a cada decisão tomada pelos poderes Legislativo e Executivo, o sentimento de desconfiança que o teto de gastos não será cumprido, aumenta.

A postura de taxas mais altas (Selic) tende a se manter até final de 2022, com projeções para patamares de 11% a.a.. Se as medidas surtirem efeito positivo, um novo ciclo de diminuição de taxas pode ocorrer para 2023, gerando novamente estímulos à atividade econômica no Brasil.

Para os investimentos, temos benefícios com a taxa Selic alta. Cabe destacar que com a taxa de juros a 9,25% a.a. a remuneração da Poupança Nova (após maio/2012) passará por ajuste em dezembro. A regra da poupança aponta que com a taxa de juros acima de 8,5% a remuneração passa a ser de 0,50% a.m. acrescida da taxa TR. 

A Taxa Referencial (TR), muito utilizada para remunerar títulos públicos federais e indexar contratos de crédito imobiliário no Brasil, passa a ser corrigida com os novos patamares de Selic, visto desde 2017 a TR estava nula por conta de uma Selic mais baixa. Como previsão para dezembro, a remuneração da poupança deve ficar em 0,57% (0,50% +TR), isso se o valor investido nessa aplicação percorrer até sua data de aniversário do depósito (30 dias). 

Outra aplicação que ganha maior rentabilidade são as remuneradas pelo indexador CDI/DI (principal índice utilizado por Instituições Financeiras), que com a nova taxa tendem a ficar na faixa de 0,74% a.m., isso se investidas a 100% do índice. 

Para quem possui financiamentos com taxas pós-fixadas (variáveis), tendencialmente haverá aumento sobre as próximas parcelas. Visto que na maioria dos cálculos das parcelas é utilizado como referência sobre o saldo devedor atualizado, uma taxa pré-fixada (acordada no contrato) acrescida do indexador (que normalmente é o CDI ou a Selic). 

Olhar também para os financiamentos imobiliários, visto que a grande maioria também possui o indexador da Taxa TR e que deverá sofrer aumento nos próximos meses, corrigindo as parcelas do seu crédito.

É importante salientar que investimentos em poupança não possuem retenção de Imposto de Renda na fonte, ao contrário de aplicações de Renda Fixa conhecidas no mercado financeiro, como Depósitos a Prazo (Sicredinvest, CDB, Tesouro Direto, etc.) e Fundos de Investimentos.

Confira como fica o valor de R$10.000,00 investido em diferentes prazos e produtos:

Conte com nossas equipes para auxiliá-lo nas melhores decisões de investimentos de acordo com o seu perfil e objetivos!
 

Texto: Régis Luis Kunzler -  Assessor de Negócios da Sicredi Serrana