Banco Central anuncia sexto aumento consecutivo da Taxa Selic para os próximos meses
27 de Outubro de 2021
Após a reunião ocorrida nos últimos dois dias, 26 e 27 de outubro, o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) aumentou a taxa de juros básica da economia (Selic) para 7,75% a.a. O aumento de 1,5 p.p. (ante a 6,25% a.a.) está de acordo com a postura que o Banco Central vem adotando frente ao aumento inflacionário. As sinalizações do Relatório Focus, divulgado na última segunda-feira (25), já apontam para uma Selic de até 8,75 % a.a. ao final de 2021.
O novo aumento segue sendo um reflexo da pressão pela subida nos custos e preços que o indicador oficial de inflação (o IPCA) do nosso país vem demonstrando. Em setembro, o IPCA-15 (prévia do IPCA oficial), acumulou 1,20% sendo 0,06 p.p. em comparação aos 0,89% do mês de setembro. Trata-se do maior acúmulo registrado para esse mês desde 1995.
O problema inflacionário vem se distanciando do teto previsto pelo Banco Central, e a principal política monetária para conter o avanço, é elevando a taxa de juros básica da economia (Selic). Uma postura mais dura que deve impactar na diminuição da atividade econômica e consequentemente no aumento de índices de desemprego.
O centro da meta projetado pelo governo para o ano de 2021 é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 pontos (de 2,25% a 5,25%). Com o resultado divulgado pelo IBGE, o índice IPCA-15 (prévia do IPCA oficial) acumula 10,34% nos últimos 12 meses. As expectativas do mercado (segundo relatório Focus) é que o índice oficial (IPCA), que será divulgado no próximo dia 10, feche 2021 com alta de 8,96% e 4,40% em 2022.
A alta dos combustíveis e a extensão da crise hídrica no país, vem repercutindo em setores como o de Transportes e Habitação. Com o dólar apreciado frente ao real, a exportação de produtos alimentícios também teve alta no mês de setembro, resultando também no aumento dos preços em relação ao setor de Alimentação e Bebidas.
Com uma taxa de juros maior, a tendência é que se diminua a disponibilidade de moeda e que o custo para empréstimos no mercado fique mais elevado. Outro impacto é desestimular a produção e o consumo, afetando diretamente a recuperação da economia no curto prazo.
A postura de taxas mais altas (Selic) tende a se manter até final de 2022, quando um novo ciclo de diminuição de taxas, controle inflacionário e estímulos à atividade econômica está previsto para ocorrer em 2023.
Um dos benefícios da Selic elevada é a maior atratividade de investimentos no mercado financeiro que estão atreladas a tal índice (pós fixados). Cabe destacar a elevação da remuneração da Poupança Nova (após maio/2012) para 0,44% a.m. e de aplicações remuneradas pelo indexador CDI/DI (principal índice utilizado por Instituições Financeiras), que com a nova taxa tendem a ficar na base de 0,61% a.m., isso se investidas a 100% do índice.
Para quem possui financiamentos com taxas pós-fixadas (variáveis), tendencialmente haverá aumento sobre as próximas parcelas. Visto que na maioria dos cálculos das parcelas é utilizado como referência sobre o saldo devedor atualizado, uma taxa pré-fixada (acordada no contrato) acrescida do indexador (que normalmente é o CDI ou a Selic).
É importante salientar que investimentos em poupança não possuem retenção de Imposto de Renda na fonte, ao contrário de aplicações conhecidas no mercado financeiro, como Depósitos a Prazo (CDB, RDC, Tesouro Direto, etc.) e Fundos de Investimentos.
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Texto: Régis Luis Kunzler- Assessor de Negócios da Sicredi Serrana