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De volta aos dois dígitos: reunião do COPOM define nova alta da SELIC para os próximos 45 dias

02 de Fevereiro de 2022

De volta aos dois dígitos: reunião do COPOM define nova alta da SELIC para os próximos 45 dias

Aprox. 5 min de leitura

Após a reunião ocorrida nos últimos dois dias (01 e 02), o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) vinculado ao Banco Central do Brasil (BACEN) apresentou a nova Taxa de Juros Selic que irá balizar nossa economia pelos próximos 45 dias. A decisão, após o encontro de hoje, elevou a Selic para 10,75% a.a. Esse estágio de dois dígitos não ocorria no Brasil desde o 2º trimestre de 2017. 

O aumento de 1,5 p.p. já era esperado pelo mercado financeiro e consolida para 2022 um ciclo de Selic na casa dos dois dígitos. Para fins de comparação, em janeiro de 2021 a Selic vigente era de 2% a.a. A alta de 8,5 p.p. em apenas um ano indica um novo estágio econômico para o país. 

O ciclo que é sinalizado com a decisão, é uma preocupação com dois fatores principais: a recessão da economia e a inflação. 

Quanto a recessão econômica, a tendência é desestimular a produção e o consumo, afetando diretamente a recuperação da economia no curto e médio prazo. Outro impacto é a diminuição da disponibilidade de moeda, com custo do crédito no mercado ficando mais elevado.  Setores como o varejo, a construção civil, educação e tecnologia acabam sendo os principais afetados com os juros altos. 

Uma das grandes causas do aumento da Selic é a Inflação. O problema inflacionário vem se distanciando do teto previsto pelos Bancos Centrais mundiais, demonstrando uma preocupação dos governos das principais economias em conter a inflação gerada pelos estímulos econômicos realizados nos períodos críticos da pandemia. 

É claro que o cenário externo também influencia diretamente na decisão tomada pelo COPOM. Isso, porque a principal economia do mundo, os EUA, já sinalizaram através de decisão recente do Fed (Banco Central americano) a retirada dos estímulos econômicos e aumento da taxa de juros na economia local.

Apesar das medidas adotadas pelo Banco Central brasileiro, o Risco Fiscal - que basicamente é como o Governo consegue manter seus gastos dentro do orçamento previsto sem fazer nenhuma “pedalada” – é pauta recorrente e a cada decisão tomada pelos poderes Legislativo e Executivo, o sentimento de desconfiança que o teto de gastos não será cumprido, aumenta. 
A postura de taxas mais altas (Selic) tende a se manter até final de 2022, com projeções para patamares de 12 % a.a.. Se as medidas surtirem efeito positivo, um novo ciclo de diminuição de taxas pode ocorrer a partir de 2023, gerando novamente estímulos a atividade econômica no Brasil.

Por outro lado, existe um cenário positivo para quem investe hoje. Com o aumento da taxa SELIC, investimentos ligados a mesma sofrem impacto positivo na rentabilidade. 

Um investimento tradicional, que está se valorizando com a taxa de juros a 10,75 % a.a. é a Poupança Nova (após maio/2012). Ela deve ter novo aumento em seu indexador básico, a Taxa Referencial (TR). A regra de remuneração da Poupança Nova é de TR + 0,50% a.m, isso quando a taxa SELIC está acima de 8,5% a.a. 

A TR, muito utilizada para remunerar negociações de títulos públicos federais e indexar contratos de crédito imobiliário no Brasil, passa a ter uma correção diária. Como previsão para os depósitos realizados em janeiro na Poupança, e levando em consideração uma média da TR mensal, a remuneração da poupança deve ficar na média de 0,60% (0,50% +TR). Essa remuneração vai depender da data de aniversário do seu depósito (30 dias) e da TR do período. 

Para quem quiser se aprofundar sobre a rentabilidade da poupança, o Banco Central traz um conteúdo com demonstrativo do histórico dos depósitos.  (https://www.bcb.gov.br/estatisticas/remuneradepositospoupanca)

Outra aplicação que ganha maior rentabilidade são as remuneradas pelo indexador CDI/DI (principal índice da Renda Fixa utilizado para remunerar CDBs, RDCs, LCAs,  e outros títulos), que com a nova taxa tende a ficar em fevereiro na faixa de 0,77% a.m., isso se investidas a 100% do índice sem considerar desconto de Imposto de Renda. 

Para quem possui financiamentos com taxas pós-fixadas (variáveis), tendencialmente haverá aumento sobre as próximas parcelas. Visto que, na maioria dos cálculos das parcelas, é utilizado como referência sobre o saldo devedor atualizado uma taxa pré-fixada (acordada no contrato) acrescida do indexador (que normalmente é o CDI ou a Selic). 

É importante salientar que investimentos em Poupança e LCA não possuem retenção de Imposto de Renda na fonte, ao contrário de aplicações de Renda Fixa conhecidas no mercado financeiro, como Depósitos a Prazo (Sicredinvest, CDBs), Tesouro Direto e Fundos de Investimento.

Conte com nossas equipes para auxiliá-lo nas melhores decisões de investimentos de acordo com o seu perfil e objetivos!
 

Texto: Régis Luis Kunzler - Assessor de Negócios da Sicredi Serrana